quinta-feira, 21 de março de 2013

Dilma acerta (por enquanto)

















As limitadas substituições ministeriais que Dilma Rousseff acaba de realizar frustraram alguns analistas, que talvez esperassem uma reforma digna do nome. Questões administrativas à parte, contudo, no que tange ao cenário eleitoral de 2014, as discordâncias me parecem um tanto precoces.

A dependência da bancada peemedebista é inevitável para qualquer governo que pretenda alguma solidez no relacionamento com o Legislativo. Soa bonito defender o fim das coalizões negociadas, mas a conta das alternativas simplesmente não fecha. Um partido de abrangência nacional, embora fragmentado regionalmente, agrega identidade programática mínima onde um punhado de legendas adversárias formaria um mosaico imprevisível.

O Planalto ainda aposta na preservação do primeiro. A ponderação de Lula sobre a vaga de vice-presidente apenas insinua ao PMDB que ele não representa a única possibilidade competitiva eleitoralmente. É a pura verdade, e coloca freios momentâneos a arroubos de independência de quadros peemedebistas nas disputas regionais. E há muito a ser negociado nesse quesito.

A falta de mudanças drásticas no ministério indica prudência, e contempla a base com um gesto apaziguador. A cúpula governista evita se pautar pelas movimentações e bravatas de PSB e PSD, ávidos por brechas desagregadoras na coligação federal. Até que o quadro da disputa de 2014 esteja mais definido, é uma estratégia compreensível para quem desfruta das melhores perspectivas de vitória.

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