sexta-feira, 1 de março de 2013

“O Mestre”























Maior injustiça do Oscar, devidamente consagrado em Veneza. Hollywood puniu com o esquecimento esse ousado relato sobre os primórdios da cientologia, culto estranho que possui muitos adeptos no meio cinematográfico local. Seu criador, L. Ron Hubbard, é a evidente inspiração do protagonista, embora com algumas licenças narrativas, e apesar da profusão de temas abordados.

Paul Thomas Anderson novamente confirma sua posição entre os melhores cineastas da sua geração. Cada plano é tenso, preciso, inesperado. O texto é provocativo, relevante, lírico. As atuações de Philip Seymour Hoffman e Joaquin Phoenix são viscerais, especialmente a do primeiro, composição talvez inigualável de uma carreira de altíssimo nível.

Mas nenhuma das muitas qualidades do filme se equipara à assombrosa fotografia do jovem Mihai Malaimare Jr (que trabalhou nos últimos filmes de Francis Coppola), verdadeiro milagre de texturas, brilhos, luzes, cores incríveis. A experiência visual chega a ser comovente em si mesma.

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