segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O papel de Joaquim Barbosa













A cada dia que passa, descobrimos novas fragilidades na Ação Penal 470, dita do “mensalão”. A conhecida insuficiência de provas nas acusações mais importantes foi agravada recentemente pela descoberta de alguns estratagemas para ocultá-la. O que poderia soar como equívoco passional dos acusadores (ainda que induzido por pressões externas) ganha aspecto de artimanha.

Por isso é impossível não enxergar certa malícia nos rompantes vulgares de Joaquim Barbosa. Através do personagem grosseiro e autoritário, o relator consegue desviar o foco dos atalhos “pragmáticos” que utiliza para suprir as incompletudes técnicas de suas convicções. Temendo as baixarias do mártir da causa condenatória, os ministros talvez prefiram agradá-lo para acabar logo com o transtorno e evitar o desgaste público.

Devido à escandalosa politização da primeira fase do julgamento, a sensatez obrigaria os magistrados a acatar os embargos infringentes da defesa. A tensão dramática mantida pelo protagonista não permite que os coadjuvantes mudem o enredo da farsa com a serenidade necessária. Resta saber como ele reagirá caso os outros decidam confrontá-lo abertamente.

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