quarta-feira, 9 de abril de 2014

Recomeçou a novela das pesquisas






















exatos quatro anos a blogosfera se agitava por causa de uma disparidade entre as pesquisas de intenção de voto para presidente da República. Nas médias gerais, Dilma Rousseff aparecia com cerca de 28%, enquanto José Serra oscilava ao redor de 35%. No primeiro turno, seis meses depois, a petista receberia 47% dos votos e o tucano, 33%.

Também as reações aos levantamentos se repetem agora. A mídia corporativa finge que ignora as especificidades do momento e comemora a suposta viabilização do combalido oposicionismo. Os governistas, um tanto apavorados demais, ecoam um catastrofismo que só favorece os adversários. E, novamente, a campanha eleitoral sequer começou.

Até as esquisitices do último Datafolha são requentadas e manjadíssimas. Seu questionário é um primor de parcialidade, independente da ordem das perguntas. Não há qualquer menção à máfia dos cartéis do PSDB paulista, por exemplo.

No fundo, o que o instituto está medindo é a eficácia da campanha jornalística negativa dirigida nas últimas semanas contra o governo federal. Como em todo bom projeto publicitário, as estatísticas visam municiar os próximos passos da grande imprensa, redefinindo prioridades e corrigindo rumos. Também serve para que os marqueteiros dos candidatos da oposição afinem discursos e plataformas.

Mas, repito, nada disso é novo ou surpreendente. A militância precisa apenas ter em mente que se trata de um processo autogerador de factóides político-eleitorais: o noticiário fornece o mote da pesquisa, que por sua vez alimenta o noticiário. No final das contas, acertando curvas aqui e ali, os levantamentos vão acabar convergindo para um resultado mais ou menos “real”. Acredita neles, e na imprensa, quem quer.

Nenhum comentário: