segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Marina perdeu para si mesma














O declínio da candidatura Marina Silva era lógico e previsível. A maioria das avaliações precipitadas que sucederam à morte de Eduardo Campos ignoraram as óbvias fragilidades políticas e os imensos desafios estratégicos que terminariam minando a campanha da pessebista.

O grande erro da candidata e de seus apoiadores foi tratar as contradições da “terceira via” eleitoral como simples intriga baixa dos adversários. Em vez de construir um modelo administrativo sólido, preferiram remendá-lo. A metamorfose neoliberal foi substituída pelo ramerrão da vítima indefesa. A novidade perdeu o encanto e passou a incomodar.

A derrota de Marina teve pouco a ver com jogo sujo dos concorrentes. Sua propaganda foi a que mais bateu nos outros, segundo levantamento da própria Folha de São Paulo. Aliás, o discurso obsessivo da corrupção generalizada na Petrobrás e as tentativas de desdizer compromissos públicos são típicos da apelação populista.

Marina sucumbiu ao amadorismo dos seus próprios assessores pessoais. A simples presunção de que uma senhorinha vulnerável e sem partido seria capaz de vencer as máquinas do PT e do PSDB revela uma ingenuidade que não está à altura do cargo pretendido.

O leitor que foi ludibriado pelo otimismo dos analistas acerca de Marina deve jogá-los no lixo da incredulidade eterna.

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