sexta-feira, 27 de novembro de 2015

“Victoria”


















Suspense policial filmado num único plano-sequência, mais de duas horas transitando por inúmeros cenários, em situações de forte carga dramática. Prodígio técnico da equipe, especialmente do fotógrafo Sturla Brandth Grøvlen.

Outro desses trabalhos que só a tecnologia digital proporciona. Mas não possui os truques de “Birdman” (Alejandro Iñarritu) para forjar o efeito de continuidade, nem o porte da sua produção. Tampouco se restringe a um único ambiente, como o magistral “Arca Russa” (Alexandr Sokurov).

O ator e diretor alemão Sebastian Shipper teve três chances de captar toda a história sem cortes. A versão escolhida, a última realizada, traz um andamento meio arrastado na primeira metade, mas o resto do filme retribui a paciência do espectador. A partir de certa altura simplesmente ignoramos a falta de edição.

Assistir à versão original, sem legendas para os diálogos em alemão, aproxima-nos da experiência desesperadora da protagonista, uma espanhola que só fala inglês e luta para entender o que se passa com os personagens quase monoglotas. Esse recurso valoriza a entrega comovente da talentosa Laia Costa no papel-título.

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