Em “A Grande Aposta” destaca-se o roteiro
inventivo, que quase consegue explicar a origem da grande crise econômica de
2008. Os quadros didáticos usando celebridades estranhas à área e os
protagonistas numerosos e simpáticos salvam a trama da ortodoxia que o tema
sugere.
Sobressai o papel omisso e talvez criminoso das
grandes agências de avaliação de risco no degringolar da catástrofe. As mesmas
agências que hoje a imprensa oposicionista usa para alimentar a narrativa da crise brasileira.
“Spotlight” pertence ao subgênero da investigação
jornalística. Tem o mérito de também mostrar as falhas da imprensa, fugindo ao
padrão apologético usual, embora recorra a diversos dos seus clichês. A
denúncia aqui é bem conhecida, mas sempre necessária: os casos de pedofilia
cometidos por padres católicos e acobertados tanto pela Igreja quanto pelas
autoridades políticas. Sim, dos EUA.
É interessante notar os avanços da tecnologia
disponível para os meios de comunicação neste intervalo de apenas quinze anos. O
filme vale ainda para quem aprecia os filmes do bom diretor Tom McCarthy (gosto
muito de “O Visitante”). Nos créditos finais aparece uma assustadora lista de
cidades envolvidas por episódios semelhantes, inclusive algumas do Brasil.
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