sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

“Os oito odiados”

 
















Bastante malhado pela crítica, que insiste em misturar a antipatia (algo merecida) por Quentin Tarantino com a qualidade do seu trabalho. Não é, de fato, o melhor dele, e talvez seja até o pior. Mas isso diz pouco num conjunto de altíssima qualidade.

A má-vontade se deve também ao teor negativista, cínico, brutalmente incorreto do texto. Está claro que Tarantino reage ao patrulhamento que sofreu pela suposta apologia racista de seus últimos filmes. E o faz com exageros quase humorísticos, que levam a crueldade a roçar no incômodo da empatia.

Apesar dos evidentes problemas de ritmo, o maior defeito aqui me parece a repetição de fórmulas. As do próprio Tarantino (a estrutura episódica) e as dos gêneros que ele recicla (o faroeste, as intrigas de detetive).

Mas as fragilidades não anulam o esmero da direção de arte, abrilhantada pela prodigiosa fotografia do mestre Robert Richardson. E o elenco notável. E a música do lendário Ennio Morricone. Já é bem mais do que encontramos na média hollywoodiana.

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