Vivemos a culminância do projeto golpista. Os adversários
de Lula partiram para o ataque definitivo, com um desespero que ultrapassou o limite
da insânia arbitrária.
Sérgio Moro e a Polícia Federal atropelaram as
últimas fronteiras da legalidade. A mídia corporativa usa os mesmos
subterfúgios de seu apoio ao golpe de 1964 para legitimar a escandalosa ilicitude
do grampo e do vazamento. O Congresso prepara a farsa do impeachment sob
comando de Eduardo Cunha. Milícias organizadas atacam governistas, com auxílio
da Polícia Militar.
Agora só existem duas maneiras de sustar o golpe.
A primeira são as manifestações públicas do
antigolpismo. Principalmente nesta sexta-feira (18/3), mas também nos atos setorizados e nos
comícios das semanas vindouras. Não se trata de mostrar força resistente, mas
de construir gestos simbólicos que rompam a narrativa da unanimidade em torno do
assalto ao poder federal.
A segunda, mais decisiva, é constranger a cúpula
do Judiciário a se posicionar acerca da arapongagem de Moro e da posse de Lula
no ministério. Mesmo com o antipetismo vigente, resta uma chance de as cortes escolherem
o caminho legalista, pelo menos para se afastarem do tenebroso legado histórico
que a opção inversa acarretaria.
Ambas as iniciativas são complementares. Apenas a rejeição
pública ao golpe levará o campo jurídico a incorporar um espírito republicano à
altura da gravidade da situação. Ao mesmo tempo, só os tribunais ainda possuem o
aval público necessário para conter o ânimo antidemocrático de instituições tão
poderosas.
Não será fácil, mas é crucial agir antes que se
torne impossível.
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