A simultaneidade abrangente da televisão diminui o
fascínio grandioso da experiência nos Jogos Olímpicos, mas a presença nas
competições impossibilita apreender algo além delas próprias. Paradoxalmente, a
impressão de amplitude e diversidade fica mais nítida à medida que essas características
se fazem menos apreensíveis.
O clima geral é festivo, deslumbrado e ordeiro. A sensação
de segurança predomina, inclusive nas regiões sensíveis. Chega a soar
surpreendente o baixíssimo número de ocorrências negativas registradas pela
mídia. São inúmeras disputas simultâneas, multidões imensas circulando por
centenas de quilômetros sem parar, pessoas de todas as nacionalidades,
faixas etárias e motivações.
Sim, ocorrem problemas. No BRT, principalmente, que não se
preparou para as responsabilidades assumidas pelo transporte rodoviário nos
Jogos. Não existem mapas das linhas especiais no site da empresa, nem nas
estações. Muitos funcionários dão informações desencontradas. Ninguém organiza
as aglomerações nos horários de pico.
Também houve e há falhas logísticas. No primeiro dia, a
rodoviária Novo Mundo só tinha dois caixas eletrônicos para compra do cartão de
transporte, ambos quebrados. As estações de metrô fecham antes de algumas disputas
terminarem.
Vencida a fase de aprendizado, porém, os deslocamentos pelo
circuito olímpico transcorrem de forma satisfatória e evidenciam o acerto na
escolha dos pontos de competição. Todas as regiões da cidade foram envolvidas,
dispersando o afluxo gigantesco de pessoas e revelando a contraditória beleza
desse lugar único
É necessário louvar o grau superior da organização interna
dos Jogos, e criticar suas falhas pontuais, mas eles fazem parte de uma
estrutura mastodôntica e bilionária que tem pouco a ver com a cidade-sede ou
seus moradores. Mesmo as evidentes melhorias no transporte e nas instalações
públicas cariocas precisam passar pelo teste do uso cotidiano, fora da
excepcionalidade de um momento que parece a salvo de intempéries.
A tola confusão entre a nacionalidade dos anfitriões e o
cosmopolitismo de um evento quase impecável serve apenas para revirar estômagos
provincianos. E para nos lembrar de suas previsões catastróficas e de sua
infame torcida pelo fracasso dos Jogos. Agora estão por aí, feitos zumbis
ranzinzas, falando em déficits na Previdência.
Por outro lado, a mídia que lucra com o evento silencia
sobre o papel fundamental que Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff
tiveram na viabilização da inesquecível festa olímpica. Cada imagem do triunfo
evidencia o oportunismo do golpe e explica por que os golpistas se esforçam
tanto para consumá-lo agora, em meio ao deslumbramento do país.
Um comentário:
Amigo guilherme o google anulou praticamente o blogger,isso significa que o amigo só pode seguir ou ser seguidor através do google no painel também desapareceu a quantidade de seguidores, eles só fazem asneira, calculo que se estão a preparar para acabar com os seguidores do blogger e assim encerrar o blogger, eu já exportei o meu blog para o sapo, mas talvez vá para o wordPress. Saúde.
Postar um comentário