segunda-feira, 9 de março de 2015

A “Lista de Janot” é uma farsa

 















O rol de políticos indiciados pelo Ministério Público segue critérios incoerentes e partidarizados. Houve nítida condescendência com o PSDB, tanto na exclusão de Aécio Neves quanto no recorte cronológico dos fatos a averiguar.

Aécio tem mais indícios contra si do que boa parte dos investigados. Também há diversas evidências de que os desvios na Petrobrás começaram pelo menos durante o governo FHC, mas só foram considerados suspeitos os personagens com atuação predominante no período petista.

Essa politização já desqualifica o trabalho dos promotores, que não existem para fazer médias e demagogias. Se eles decidiram seguir a opinião dos alcaguetes, que metessem todos os citados na ribalta, sem exceções. Se, por outro lado, queriam bases mínimas de credibilidade, selecionar fofocas é irresponsável e amadorístico.

Tudo começou na atuação do juiz Sérgio Moro, cuja seletividade ideológica esteve clara desde muito cedo. Ali foi desenhada a moldura antipetista da Lava Jato e seu “esquecimento” da origem tucana dos escândalos na Petrobrás.

Ainda que Rodrigo Janot e seus assessores tenham feito o possível com o tortuoso material que receberam, eles endossaram as manobras tendenciosas do Judiciário paranaense. E, pior, tentaram dar-lhe um aspecto falsamente pluripartidário que visa apenas salvaguardar a já combalida credibilidade do inquérito.

A farsa não reside, portanto, na lista em si. Ela advém do seu uso como símbolo midiático de uma pretensa luta contra a corrupção. É um slogan da velha escandalolatria jornalística para alimentar a rejeição popular contra a classe política, às vésperas dos protestos contra o governo federal. Tem a mesma natureza manipuladora do tal “panelaço” inventado pelos veículos oposicionistas.

Quando conhecermos a dimensão da mentira, Janot dirá que a culpa foi de Moro, que a jogará sobre os delinquentes, que terão sumido para saborear os restos de suas fortunas.

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