O lamentável espetáculo da votação na Câmara
evidencia o tipo de legitimidade que os deputados trazem ao impeachment. Então o aval
daqueles personagens inclassificáveis serve para afastar a sombra do golpe? Que alívio.
É bobagem argumentar que o governismo também
negociou com eles. Vinte a menos, trinta a mais, independente do resultado, a
estrutura de apoio à deposição continuaria forjada pela sordidez fisiológica
sob comando de Eduardo Cunha e Michel Temer.
Mesmo que se pudesse equivaler as barganhas dos
dois lados, a Dilma Rousseff ainda restaria algum respaldo popular. Cunha e
Temer não chegam a uma fração desse apoio. Nem o próprio Legislativo, aliás.
Domingo, 17 de abril, marcou a exibição mundial da natureza “democrática” do impeachment. Essa vergonha seus defensores
não conseguirão limpar com a mesma facilidade que tiveram para viabilizá-la.
Pois, ao contrário de outras coisas, a verdade
histórica não se deixa comprar.
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